sexta-feira, 28 de julho de 2017

Fragmentário

Metade de mim
é tudo o que lembro
quando absorto
dentro da noite escura.
A outra metade
é tudo o que esqueci
fronte ao mar.

(Mergulho e acordo  na noite estrelada dos céus de Gogh)

Há calmaria revolta,
solidão e pranto
das águas que se agitam
na arrebentação do cais em mim.

Esvaem-se meus pensamentos
num mergulho a fio
pelas nebulosas da abóbada.
Jorram ressacadas sobre os madrigais
perpétuas estátuas de sal
a salgar o pranto  em mosaicos
no calçadão de Copacabana.

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