quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Mixagem

Dinheiro?
Para que dinheiro
Se meus versos não estão a venda, meu senhor?]

A besta  sobe a rua treze que corta a rua quatorze
Palita os dentes após o almoço em Bagdá.

Poesia não se vende em qualquer feira
Não se dá em qualquer pé
É fruta graúda, é fruto dos bons,
meu senhor.

Quem de Cora à Coralina deseja ir
Boa Pessoa tem que ser,
Pela manhã uma dose de Quintana,
Uma poção de Mário e Assis batida no liquidificador
E meia torta de Cecilia
Come, Mastiga, Tritura, Clariceia
Antes da viagem reze a São Vinícius e a São Noel]
E então parta.

A paisagem é clara:
Graça na Aranha, Aranha no Carlos,
Carlos na mosca a mosca no pão.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Louvor à Copacabana

Ah, Copacabana dos dias meus,
De sol e mar
De nuvens brancas embriagadas
No infinito azul do céu.

Em qualquer esquina, em qualquer lugar
Entregue a companhia de bons amigos
Da branquinha, da pretinha e do violão
A vida passa, a vida diz: "Copacabana".

Duque de Caxias,
Trago em meus versos seu asfalto,
seus corcovados e seus edifícios,
Poeira que de mim não sai.

A brisa mansa vem anunciar,
Do amor que será, que será:
"Ai, de mim. Copacabana!"

Dente de Leão I

Redondo e leve
Como a bola de sabão
Vai subindo para o céu
O meu dente de leão.

Vai macia como a pena
Rindo para o vento,
Vai cantando, vai girando
O meu dente de leão.

Vou fazer uma oração
Ao meu dente de leão
Vou pedir um novo amor
Ao divino São João.