Dinheiro?
Para que dinheiro
Se meus versos não estão a venda, meu senhor?]
A besta sobe a rua treze que corta a rua quatorze
Palita os dentes após o almoço em Bagdá.
Poesia não se vende em qualquer feira
Não se dá em qualquer pé
É fruta graúda, é fruto dos bons,
meu senhor.
Quem de Cora à Coralina deseja ir
Boa Pessoa tem que ser,
Pela manhã uma dose de Quintana,
Uma poção de Mário e Assis batida no liquidificador
E meia torta de Cecilia
Come, Mastiga, Tritura, Clariceia
Antes da viagem reze a São Vinícius e a São Noel]
E então parta.
A paisagem é clara:
Graça na Aranha, Aranha no Carlos,
Carlos na mosca a mosca no pão.